sexta-feira, 30 de maio de 2008

Delírios

Pode algo ser o que não é? Creio que sim. O ser, a essência, a idéia é o que não é. Eis o mistério. Por isso de sua insustentável leveza. Como saber que algo existe sem ter qualquer experiência com este algo? Isso é insuportável. O ser existe. Cadê? Onde? Quando? Mais ele existe. É um tormento saber que ele existe e não ter contato com ele. O ser é leve por sua ausência de contato e insustentável por contrariar nossa visão de mundo. Um dia eu deixo de ser platônico.

Inventei um exemplo. Existe uma regra que diz: toda regra tem exceção. Se toda regra tem exceção, por esta ser uma regra ela deve ter uma exceção, ou seja, uma regra que não tenha exceção. A regra que não tem exceção é: toda regra tem exceção. Logo, toda regra tem exceção é uma regra que é a sua própria exceção. Ela é o que não é, uma regra e exceção ao mesmo tempo. Não, isto não é a essência, mas é um negocio bonitinho.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Vômito

Quando não se vê utilidade para si mesmo que utilidade este alguém pode ter para o mundo? Sempre fingi por sempre querer atender ao outro. Não me importava pq no fundo tinha esperança de me satisfazer. Dá pra ficar bem, agora que só me resta esperar. Tenho um amigo que consegue. meu orientador consegue. Viver por viver. É incrível como arranjo situações das quais tenho que dar meu jeito para sair. Se ao menos eu conseguisse sair sozinho... Espero que eu encontre alguém que cuide de mim pq eu sozinho não dou conta de mim mesmo. O papai tem sorte. Ele encontrou alguém. Isso pq tenho que viver, não tem jeito. Se ao menos eu conseguisse me expressar de forma artística. Afinal de contas "down is the new up". To na onda. De qualquer forma já peguei o barco andando. Não ser novidade exige um tanto mais de talento e esforço. Chega.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Depoimento

Renato Russo, onde você estiver: EU TE AMO!!!

Monte Castelo

Legião Urbana

Composição: Renato Russo (recortes do Apóstolo Paulo e de Camões).

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua do anjos
Sem amor, eu nada seria...

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...

O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...

É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...

Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua do anjos
Sem amor, eu nada seria...