domingo, 27 de maio de 2012

Post longo, mas necessário: Aniversário

"Eu não sei dizer nada por dizer. Então eu escuto."
Secos e Molhados



No dia 22 de maio passado, este blog completou cinco anos. Comemoro sozinho, com todas as vantagens e desvantagens deste estado (in) voluntário. No começo, bate a empolgação: queremos dezenas de comentários e milhares de visitantes. Depois que isso passa, vem o conforto de possuir um espaço próprio.

É bom ter um blog. No meu caso, aqui me dou a liberdade de ser quem eu realmente sou, deixar as coisas do jeito que quero e dizer o que penso sem preocupar-me tanto com o que vão falar. Não gosto muito do Eu que sou neste blog. Mas, fazer o quê: a liberdade tem seu preço. Um blog é uma casa, como diria Kamila Carina. Como é bom ter uma casa, ainda que virtual.

Dentre as leituras que tenho feito, encontrei uma passagem que, para citar outro amigo, o Lincolncon, cabe como chave em fechadura para este momento. Trata-se de minha filosofia de vida que durante muito tempo foi inconsciente e aplico neste blog. Pena eu ter perdido a inocência, digo, a inconsciência. Ei-lo:

"Hoje é preciso mais do que nunca fazer-se compreender, evitar as frases abstrusas, encontrar as formas mais simples de explicar as coisas complicadas. Estou convencido de que muitas polêmicas rancorosas seriam evitadas se todos falássemos um pouco mais claro. Muitas rixas ideológicas são fruto de mal-entendidos (algumas vezes, mas nem sempre, intencionais). Mais claro e menos: as duas coisas são, de resto, conexas. A primeira regra, para escrever claro, é escrever pouco e quando se tem verdadeiramente alguma coisa para dizser. Estamos submersos pelo papel impresso: o número das palavras que conseguimos ler ou escutar continua a diminuir em comparação com o número das palavras que são escritas ou ditas. Entre cem jornais o homem da rua compra no máximo dois. Das vinte páginas do jornal que compra, lê aproximadamente duas ou três colunas, quando não lê apenas os títulos ou apenas os títulos das páginas que lhe interessam. (...) Um enorme desperdício de atividade comunicativa: um desperdício que não haveria se cada um de nós falasse apenas quando tem alguma coisa a dizer." 
Norberto Bobbio

Esse cara se contradiz bastante. Eu também. Talvez só não esteja em contradição quem sabe que está em contradição. Quanto a escrever e falar menos, concordo. Mas como é difícil não ser prolixo quando se é tão carente (qual ser humano não é?)! Um dos escritores que fez isso de maneira eficiente foi o Nietzsche. Os seus livros eram em forma de sofismas. Somente alguns escreveram tão pouco e fizeram tanto barulho, isso no século XIX, quase cem anos antes do que o Bobbio escreveu.

Se você leu até aqui, obrigado. : )

Um comentário:

Ryzzan disse...

testando 1... 2... 3...

Agora sim!