quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Duas Vozes
Raul Seixas
Duas vozes
Eu entendo Sérgio Sampaio
Syd Barret, Arnaldo Baptista
Pois no mesmo erro caio
De andar fora da pista
De mim mesmo às vezes saio
Este corpo a loucura conquista
Quando penso em quem vem de maio
Seja a flor ou seja a artista
Não saio do mero ensaio
Uma voz atormenta e diz: desista
Tu és derrotado, infiél e débil
Outra diz: vá além da vista
Toda preocupação é em si inútil
Desde que obedeça e afirme: insista
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Da Filosofia
Legião Urbana
Um sistema possui elementos que o compõe. Quando um fenômeno surge no interior do sistema ele pode chegar a se manifestar em cada elemento que o compõe. Quando este fenomeno estiver presente em todos os elementos do sistema, ele some.
Pensemos em nós. Todos nós comemos. Se alguém chegar para alguém e disser: você come. O que a pessoa que recebeu a afirmação dirá? Pelo fato de todos nós comermos isso se torna irrelevante, é como se não existisse. Todos nós temos um nariz. Quantos se dão conta disso? Esta coisa que aparentemente deixa de existir por ser algo que todos têm/fazem ainda existe e só pode ser captada pelo olhar do filósofo. O filósofo vê o que está generalizado no sistema e por isso não se faz visível.
Todos nós, em algum momento, fazemos as vezes do filósofo. Uma hora ou outra sempre nos surpreendemos com algo. Sim pois quando algo surge geralmente nos surpreendemos. É a tal "eureka". Só que com o tempo agente se acostuma com as coisas, com a comida, com nosso nariz, nossas orelhas, e meio que nos tornamos inertes. É preciso se desligar um pouco para "ver" o que está nos bastidores. Ai gera o conflito. Se você se desliga da realidade material, esta que nos aliena, corre o risco de enlouquecer, ou ficar deprimido. Se vê tanta coisa, mas tanta coisa que fica difícil de lidar com tanta informação. "É preciso saber viver".Tão simples e batido, mas verdadeiro. Saber quando ser filósofo, quando ser um cego.
A filosofia ajuda nisso. Obter respostas. Se perguntamos algo é porque algo está escondido e geralmente é algo que tá na cara, tá escondido no manto da generalização. Quando filosofamos sob um método a respeito de um objeto estamos fazendo ciência. A filosofia é livre. A ciência é limitada pelo método e pelo objeto.
Ah... cansei. Tenho que ir.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Pressão!!!
Radiohead
Creep. Esta música me parece um retrato do mundo o qual estamos vivendo. No mesmo album, em Bones: "Prozac, pain killer". Costumo ir ao psquiatra uma vez ao mês. A sala de espera está sempre lotada. A consulta tem que ser marcada com bastante antencedência. Hoje mesmo, vi na traseira de um carro: "Juliana Garcia, Psicologia Clínica". Transtornos hoje são tão comuns e variados como uma gripe. Já nem é mais "cool" ter um transtorno.
Pressão. A evolução, aparentemente de tudo, segue uma função exponencial. Quando se incide calor a um meio, as molécolas deste meio se agitam e começam a colidir. Desta interação surge a sensação de quente. Se continuarmo com isso, a matéria tende a se desmanchar. Parece que está acontecendo algo semelhante nesta sociedade. A pressão que se exerce sobre nós é maior do que antes, exponencialmente. Sempre tivemos que "buscar pela felicidade", mas hoje existe um mundo ideal forjado pela televião. Corpos perfeitos, estrelas para todos os lados, ídolos efêmeros sendo sugados e jogados fora com um cigarro. A industria cultural hoje parece um fabricante de cigarros. A cada temporada manda um ídolo/cigarro novo. A gente consome o ídolo e joga a bagana fora. E nisto, mais e mais fãns, mais e mais novas notícias e fofocas. A industria de massa hoje é uma grande droga que consumimos. Te-le-vi-são. Eis o meio o qual a droga chega, é a seringa. "I've got 30 channels in a shit of tv to choose from", já dizia R. Waters em 1980. Ela preciona. Compre, compre, compre!!! Propagandas modelando um mundo perfeito (se você comprar,claro): "seja um ligador", "viva o lado coca-cola da vida". Você só "é" se "tem".
A realidade se constrói socialmente. E há algo de errado nas relações sociais de hoje, uma patologia que se mostra na fragilidade de nossas mentes. Tudo é uma farsa. Tudo é planejado para que seja acreditado conforme alguém quis. E todos sabem disso! Isto, definitivamente, é o mais incrível. Eu vejo como se estivess acontecendo um descolamento da base social do pensamento coletivo. Numa crise paranóica, a mente do "louco" se descola da realidade, cria um mundo particular e este mundo se choca com o mundo real. Este choque gera uma crise. Eu vejo o mundo com passando por esta crise: coletivamente, estamos nos descolando da realidade e a realidade que a televisão nos mostra entre em choque com o que ela é. E esta contradição é mostrada pela própria televisão. Vejamos as propagandas e seu mundo perfeito garantido pelo consumo e depois vemos qualquer noticiário e nos deparamos com o caos em que vivemos. E as novelas... elas têm final feliz. A dose semestral de morfina. Três doses.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
O que eu quero
Raul Seixas
O que eu quero, no fundo, é o que todos querem. Eu quero ser o que todo mundo quer ser. Alguns dizem que não querem para não fazer parte do coro. Eu admito: eu quero ser o que todos querem ser. O que todos querem ser? Todos sabem.
Não, ao contrário do que possa parecer, não estou numa crise eufórica. To tranquilo. Com objetivos a... querer ter. Fazendo o que tem que ser feito no momento.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Até quando?
Los Hermanos.
Há uns quatro meses venho tendo oscilações. Passei uns sete meses bem, com oscilações "normais". Estas derradeiras oscilações tem bagunçado minha vida. Tenho crises de depressão profundas, vontade de se matar. Poderia escrever um tanto de coisa sobre o porquê disso, se matar, mas fica para outro post. Tudo começa no pensamento. É incrível a consciência que tenho disso e minha atitude ainda passiva. Sei exatamente o que tenho que fazer mas ainda não faço. Vem um pensamento à minha mente, ele traz outros pensamentos, é uma corrente. Estes pensamentos tendem a me tirar da realidade, tendem a fazer com que eu me desligue do que está ao meu redor e me concentre somente neles. Quando estou em euforia fico imaginando coisas boas, conversando com pessoas, tudo mentalmente. Chego a sentir as emoções. Quando em uma deprê, os pensamentos se desencadeiam em torno de um centro: meus erros. Erro nas mesmas coisas. Consegui avanços, mas ainda caio de vez em quando. Sou demais rigoroso comigo mesmo e isso faz eu perceber a realidade de maneira distorcida. Estou sempre no insuficiente só por não estar fazendo o melhor que posso. Há diferença nisso. Na maioria dos casos, estou na média, mas por não estar fazendo o melhor me torturo. Ai é que está. Algo (eu mesmo) me impede de fazer o melhor, de agir. Chega um momento em minha cabeça que não consigo me mexer. Fazendo uma profunda análise, eu me comporto como se eu não merecesse ser feliz. Frescura. Bem, vejo nisto uma possível patologia. Como me convencer que mereço ser feliz? Que posso ter o que quero e que tenho que correr em busca disso? As vezes acho que nem tenho um querer. Outro sintoma de patologia. Está tudo associado: falta de querer e não achar que mereço ser feliz. Sabe, nem faço questão de ter o que quero. Hoje estou tentando mudar por já não aguentar mais sofrer. Não é questão de ser um vencedor, é de não perder.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Tudo azul.
Raul Seixas
Parece que enfim chegou. Uma certa onda magnética ativou o que antes estava dormindo. Eu mesmo. De onde ela veio? De mim mesmo. O pensamento sai e volta. Se sai, volta. Percorre o universo inteiro. Parece que esta determinada onda que recebi estava tentando (conseguiu) voltar há tempos. Mas o que ocorria antes (não mais) é que ela chegava em mim e se apresentava: -Olá. Eu sou tu. Imediatamente eu trancava a porta. A onda voltava a circular pelo universo e retornava a mim com mais força: -Olá. Eu sou tu. E cada vez mais força eu fazia para não me deixar entrar. Resultado: sofrimento. A ausência de si mesmo. "E eu fico imaginando quem está escrevendo esta música..." se perguntou o diamante louco. Eu sei como é isso. Sabia. Hoje venho reconhecendo quem está no controle. Eu entrei em mim. E estou me acostumando.
Chega um momento na vida que a única opção que resta é tentar. "Quando você está caido é quando conhece a si mesmo. Afogado, nada mais resta (Respire Fundo)". É, Waters, enquanto você se martiriza o Guilmour, sentado a beira de uma praia, admira o por do sol. Hoje vejo que
minha identificação com o Roger Waters não era a toa. Pink. Me reconhecia nele, como o Waters.
Sempre em conflito, o seu julgamento (do Pink no filme The Wall) foi o mais justo. Tsc tsc tsc. Tempo perdido? Não. Valeu a experiência. Hoje procuro me ver
como o Guilmour. Calmo, sereno. Ele é o melhor do Syd: a criatividade. Waters, o pior: a loucura. A locura se desfarça de criativa. Nada... Para cada genialidade
produzida pela loucura um mundo novo para o louco se afastar do... "real". Percebi a beleza da realidade
quando ganhei consciência de que ela pode ser alterada à minha maneira, construida segundo minha vontade. Se perder em sonhos... meu (ex)prazer e perdição. Eu era arquiteto. Não saia do papel. Venho procurando me tornar engenheiro, para, depois do exercício constante, virar arquiteto-engenheiro.
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Medo
Medo. Conheço bem este sentimento. Na verdade ele me dominava. Não que eu não lute contra isso, mas está tão dentro de mim que nem o percebo, não sinto. Assim fica difícil combatê-lo. Como não sinto, se sei que o tenho? Dedução. Deduzo que tenho medo pela forma com me relaciono. Voz baixa, mãos unidas, ombros rígidos. Sinto-me como se estivesse sendo testado quando me encontro com alguém. Percebo esta diferença com as pessoas as quais não me proporcionam medo. Riso fácil, descontração. Quando a dois então, perfeito. Prefiro conversas a dois. Tenho medo de falar besteira, de não ser compreendido, passar vergonha. Vaidade. Minha imagem é preciosa pra mim. Na verdade, meu maior medo é de errar. Descobri o motivo disto um dia desses: odeio assumir quando estou errado. Tenho medo de me deparar com essa situação: estar errado e não conseguir admitir. O pior é que a única maneira de combater isso é errando, se permitindo nos pequenos contatos diários, dar minha opinião. Um agravante é que sou pouco crítico. É preciso que algo me agrade muito a ponto de eu conseguir prender minha atenção e ter idéias. Ou seja, pouca coisa me interessa. Sendo pouco crítico fica difícil ter algo a dizer sempre. Agora, quando o assunto me interessa e, mais, quando tenho algum conhecimento sobre o assunto sou capaz de fazer grandes façanhas. Hoje as faço pois superei um outro medo: o de impressionar. Sou capaz disto, impressionar. Tinha medo de causar espanto, admiração e ser taxado como ‘olha o cara que gosta de aparecer’. Vaidade novamente. Percebi que toda manifestação sincera dificilmente provoca reações negativas. O problema é o entusiasmo. Quando se começar a falar dá vontade de não parar mais. Ai corre-se o risco de perdermos a sinceridade. Já passei por isso algumas vezes em sala de aula. Hoje estou mais controlado, prova de que errar faz bem desde que se aprenda.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
HAICAIS
Na floresta os animais despertam
Fonte de vida que surge
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Pingo d`água
A represa ruiu
Dor quebrando barreiras
---------------------------
Sinos se tocam
Silêncio. Estalos. Respiração
Fogo da paixão
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Grito
Help
Help, I need somebody,
Help, not just anybody,
Help, you know I need someone, help!
When I was younger, so much younger than today
I never needed anybody's help in any way.
But now these days are gone, I'm not so self assured,
Now I find I've changed my mind and opened up the doors.
Help me if you can, I'm feeling down
And I do appreciate you being round.
Help me, get my feet back on the ground,
Won't you please, please help me.
And now my life has changed in oh so many ways,
My independence seems to vanish in the haze.
But every now and then I feel so insecure,
I know that I just need you like I've never done before.
Help me if you can, I'm feeling down
And I do appreciate you being round.
Help me, get my feet back on the ground,
Won't you please, please help me.
When I was younger, so much younger than today,
I never needed anybody's help in any way.
But now these days are gone, I'm not so self assured,
Now I find I've changed my mind and opened up the doors.
Help me if you can, I'm feeling down
And I do appreciate you being round.
Help me, get my feet back on the ground,
Won't you please, please help me, help me, help me, oh.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Eu e as mulheres
"E você diz que tudo terminou mas qualquer um pode ver... só terminou pra você"
Aqui, de joelhos. Encharcado. Sinto um pingo d`água na minha boca. Chuva... não estou só. Do outro lado da rua ouço o tilintar de um mensageiro do vento.
- A caixinha!
Lembro-me de sua caixinha de música, no meu bolso. Herança de sua mãe.
- Ela vem voltar pra buscar!
Ou não. “Se eu conseguir te esquecer, esqueço tudo”. Suas últimas palavras. Até onde irá o tal desapego que ela tanto busca?
- Ela vem voltar!
Ou não. Pode ter deixado a caixinha como castigo. Ela sabe que eu não a jogaria fora.
- Merda!!! Por quê?!
Para cada pensamento positivo na minha cabeça, surge um negativo. Ai prevalece a impaciência.
- Vou devolver.
Seria humilhante. Tanto faz... Já fiz isso inúmeras vezes. Mais uma menos uma...
Toco a campainha.
- Oi.
- Tua caixinha.
- Por quê tu não esperaste eu ir buscar?
- Por quê, por quê... ah...
- É disso que eu falo. Segurança. Devolve-me.
Clack!
Porta na cara. E agora? Bato ou não bato...
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Momento
Pensando em como sou, lembrando de um personagem da Série "O guia do mochileiro das Galáxias" e da música "He`s simple, he`s dumb, he`s the pilot" do Grandaddy, me veio uma frase à cabeça: Esperto é quem se faz de besta. Pronto. Perdeu a graça.
terça-feira, 22 de maio de 2007
Efeito dominó
Não sou de escrever, mas já escrevi. Resolvi entrar na onda. Conversando com o Ryzzan, falei que não criava um blog por frescura. Ele me recomendou falar sobre minha frescura. Boa idéia! Lembrei-me de uns textos antigos, de uma fase problemática, a qual não via saída. Frescura pura. Pois bem, catei os textos e tá aqui. São textos da fase que venho superando. Sei que isto renderá muita conversa depois, ao menos contigo.
Não, eu não te mereço
Esqueça minhas atuações
Não sou mais que um garoto travesso
Vivendo de ilusões
Um quixote moderno
Com mestres ao lado
Querendo ser eterno
Carregando nem um fardo
Mas agora estou cansado
De tristezas e decepções
Que a mim eu mesmo trago
Como uma norma que me impõe
Quando escolho o errado ao certo
Como um esperto enganado
Mal versado que sou, decerto
Mas nunca mal intencionado
Quero ser eu um rei
Conhecido por grande e sábio
Mas digo, na verdade sei
Riqueza não seria de meu agrado
Apenas reconhecimento
Do nobel somente o título
E obter o meu consentimento
Para me por ao lado dos que fui discípulo
Eu: Olá amiguinhos. Eu sou eu. Vocês sabem que eu sou. Apresento meus outros eu´s. Este é o Id:
Id: Qual é a boa?
Eu: Ele é um sádico. Adora me fazer sofrer.
Id: Ma-zo-quis-ta. Eu sou mazoquista. Se eu também sou tu e te faço sofrer, sou mazoquista.
Super-Ego: Cala a boca seu prolixo verborrágico!
Id: Olha quem fala!
Eu: Aquele é o Super-Ego. Ele é sábio, inteligente. Tem uma visão coerente da realidade, mas...
Super-Ego: Mas o quê?
Eu: Manda em porra nenhuma!
Id: (risos)
Super-Ego: Como assim?! Eu, você deveria se envergonhar! Te digo o que é certo! Se me levasses mais a sério não estarias no caos o qual te encontras.
Eu: É verdade. (triste)
Id: Ei! Ei! Super-Ego tu és um culhão mesmo! Eu, não é bem assim. Tu não fazes por mal. Tu só queres ser feliz, culto, inteligente, bonito, elegante, sábio...
Super-Ego: Id!!!
Ego: Calem-se!!! Eu não agüento mais!
Eu: Este é o Ego.
Ego: É... Humm.... Oi!
Eu: Eu não sei qual é a dele. Ouvi dizer que ele repara o Id.
Ego: É. Ele é um menino muito mal, precisa se educar.
Id: Cala a boca Ego!
Ego: Tá.
Eu: Sempre indeciso, vive sendo corrompido pelo Id e levando esporro do Super-Ego. Parece que ele tenta conter as vontades do Id. Mas então, qual seria o sentido da palavra egoísmo? Além do mais...
Super-Ego: Eu! Menos, menos. Acalma-te.
Id: Mas tu gostas de cortar meu barato...
Eu: Acho que ai é que está meu problema. Como o Ego faz nada, o Super-Ego ta fazendo o papel dele e do Ego. E isso gera estresse. Como o Super-Ego sabe de todas minhas falcatruas, ele usa o poder do Ego para me torturar depois. Não tem poder de decisão, mas tem poder de tortura.
Id: Isso mesmo! Falaste tudo, Eu. Depois! Depois que fizeste a cagada, por que antes quem manda sou eu!
Super Ego: Ora seu! Eu! Vou te dizer uma coisa, se continuares a dar papo pra esse cara tu vais acabar...
Id: Eu! Olha aquela gostosa ali!
Eu: Onde?
Super-Ego: Oh céus!
Ego: Isso já ta ficando chato.
Super-Ego: Mais ainda não falamos sobre sexo.
Id: Que sexo? Eu e o sexo! Ka – ka – ka! Estás lendo muito.
Super-Ego: Seu ignorante, não sabe o que fala.
Eu: É verdade. Lembro que quando eu era criança...
Todos: CALA A BOCA!!!
Eu: Ta. Acho que o Ego tem razão.
Id: É, já ta cansando. Tenho que ir dormir e bolar alguma maneira de nos fazer sofrer.
Super-Ego: Tsc, tsc. Vou ler mais.
Ego: (Com o dedo no nariz) É... hmm, tchau!
Eu: Bem, por hoje é só.
FIM
Eu: Cara! Consegui! Terminei minha historinha!
Id: Estou tão orgulhoso de mim!
Super-Ego: Pois não devia. Isto foi um ato vaidoso, típico de quem quer chamar atenção e escutar comentários do tipo: “Parabéns! Que legal”. Como é triste. Sabes que precisas disso.
Id: Acabou o discurso? Parabéns Eu! Ficou lindo e maravilhoso! Ego, não vai falar nada?
Ego: Eu devo?
Id: Claro! Foi uma vitória do Eu!
Super-Ego: Uma vitória suja.
Id: Vamos lá, Ego. O Eu consegui fazer uma coisa que planejara há semanas!
Ego: Como sabes que ele conseguiu? Neste momento são 24/06/2004, 03h45min da manhã e ele está terminando de escrever. Daí a ser publicado é uma outra história. Isso se ele não deixar de escrever e for pra cama sonhar como seria se tivesse feito.
Id: Xiiii, Ego. Resolvesse pensar agora? Acontece que eu, quer dizer o Eu... nós queremos isso!
(Todos se olham)
Id: Além do mais, tem alguém do outro lado lendo isto.
(Todos olham pra quem ta lendo)
Ego: Ih! É verdade!
Id: Digam oi meninos.
Ego: Oi!
Super-Ego: >:P
Ego: Ei! E se quem estiver lendo não gostou e ta achando tudo um saco?
(Eu entra em desespero)
Super Ego: Ego! O que você fez?
(Eu batendo a cabeça na parede)
Id: Boa Ego! Nem eu teria feito melhor (acende um cigarro)
(Eu se contorcendo todo)
Ego: Calma Eu, vai passar.
Super-Ego: Que vai passar. Bem feito! Agora ele toma consciência do que fez.
Eu: HÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!
Super-Ego: Sinceramente, que ridículo! Tu és um bosta, um lunático!
Id: Ai que lindo! To adorando! Xinga mais seu puto, xinga!
Super-Ego: Ora seu verme!
(Super-Ego e Id se atracam. Ego, desesperado, corre de um lado para o outro sem saber o que fazer. Eu começa a arrancar seus cabelos)
Ego: Calma, Eu. Eles são teus amigos, no máximo falaram nada.
Id: Claro, se eles acharem ridículo falaram nada, ou então dirão que ficou legal só pra ti agradar.
Eu: HÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!
Super-Ego: Que absurdo! Não seriam amigos se fizessem isso! Além do mais, tens que saber lidar com as críticas, nem tudo é como tu queres. Se não ficou legal, foda-se! Não tens obrigação de que isto fique bom.
Id: Mas pode ter ficado horrível! É possível! É possível! Na-ná-ná!
Ego: Cala a boca Id! Super-Ego, faz alguma coisa!
Super-Ego: Quem tem que fazer alguma coisa aqui é tu, eu só critico.
Id: Na-ná-ná! “Soy uno perdedor... I´m a loser baby, so why don´t you kill me”, “But I´m a creep, I´m a weirdo… What hell I´m doing here… I don´t belong here”, “Eu sou o resto, o resto do mundo, eu sou um mendigo, um indigente, um indigesto um vagabundo”.
Ego e Super-Ego: Chega!
(Os dois pegam o Id, dão muito soco nele e o amarram todo)
Id: Poxa! Vocês poderiam ter apertado mais, né? Ta frouxo no ombro esquerdo
(Os dois põe um pano na boca do Id)
Ego: Eu, você ta bem?
Eu: Mais calmo, acho.
Super-Ego: É sempre assim, sempre assim. Faz merda, surta, se recompõe e faz merda de novo.
Ego: Ei!
Eu: É verdade, o pior é que é verdade (Se levanta e vai dormir). Amanhã acordarei e parecerá que nada aconteceu. Super-Ego, vê se não me traz pesadelos.
Super-Ego: Ta, ta. Mas não mereces. Ei! Eu! Não vais tomar banho seu porco imundo?
(Id treme de medo)
Eu: Não...
(Id se alivia)
Eu: Ego, solta o Id pra ver se ele me traz um sonho bom.
(Id começa a desdenhar de todos)
Super-Ego: E lá vamos nós!