quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Tudo azul.

"O homem é o exercício que faz"
 Raul Seixas


Parece que enfim chegou. Uma certa onda magnética ativou o que antes estava dormindo. Eu mesmo. De onde ela veio? De mim mesmo. O pensamento sai e volta. Se sai, volta. Percorre o universo inteiro. Parece que esta determinada onda que recebi estava tentando (conseguiu) voltar há tempos. Mas o que ocorria antes (não mais) é que ela chegava em mim e se apresentava: -Olá. Eu sou tu. Imediatamente eu trancava a porta. A onda voltava a circular pelo universo e retornava a mim com mais força: -Olá. Eu sou tu. E cada vez mais força eu fazia para não me deixar entrar. Resultado: sofrimento. A ausência de si mesmo. "E eu fico imaginando quem está escrevendo esta música..." se perguntou o diamante louco. Eu sei como é isso. Sabia. Hoje venho reconhecendo quem está no controle. Eu entrei em mim. E estou me acostumando.

Chega um momento na vida que a única opção que resta é tentar. "Quando você está caido é quando conhece a si mesmo. Afogado, nada mais resta (Respire Fundo)". É, Waters, enquanto você se martiriza o Guilmour, sentado a beira de uma praia, admira o por do sol. Hoje vejo que 
minha identificação com o Roger Waters não era a toa. Pink. Me reconhecia nele, como o Waters. 
Sempre em conflito, o seu julgamento (do Pink no filme The Wall) foi o mais justo. Tsc tsc tsc. Tempo perdido? Não. Valeu a experiência. Hoje procuro me ver 
como o Guilmour. Calmo, sereno. Ele é o melhor do Syd:  a criatividade. Waters, o pior: a loucura. A locura se desfarça de criativa. Nada... Para cada genialidade 
produzida pela loucura um mundo novo para o louco se afastar do... "real". Percebi a beleza da realidade 
quando ganhei consciência de que ela pode ser alterada à minha maneira, construida segundo minha vontade. Se perder em sonhos... meu (ex)prazer e perdição. Eu era arquiteto. Não saia do papel. Venho procurando me tornar engenheiro, para, depois do exercício constante, virar arquiteto-engenheiro.