terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A necessidade da coerção

"Disciplina é liberdade"
Legião Urbana

Há um tempo estava querendo jogar xadrez sozinho para examinar algumas coisas. Num dia comecei a jogar. Foi chato. Me perdia nos meus pensamentos e não concluía as jogadas. Percebi então que eu estava sentindo falta da pressão que o outro jogador exerce em nós para que realizemos a jogada. Sem ela, jogando sozinho, eu acabava adiando as jogadas. Foi quando eu comprovei mais uma vez a necessidade da coerção para que possamos dar cabo das coisas que queremos fazer; é necessária uma pressão externa para que possamos concluir as coisas. Mas creio que com o tempo agente consiga se auto-pressionar, se auto-motivar a fazer as coisas. Não é a toa que disciplina é liberdade. Quando queremos fazer uma coisa nos deparamos com várias outras opções e temos que ter firmeza para seguir fazendo o que nos determinamos a fazer e não se perder em outras atividades que nos desviam do nosso objetivo. Nesta escolha pelo que queremos terminar é que entra a disciplina. Assim, disciplinados, conseguimos terminar o que queremos fazer. Por vezes, o que queremos fazer nos motiva tanto que nem precisamos de tanta força de vontade. Mas há coisas que tem que ser feitas mesmo contra nossa vontade; neste momento a disciplina é fundamental. Em determinados momentos da nossa vida esta disciplina se materializa em outras pessoas: pais, professores, etc. Mas, creio, em um determinado momento podemos alcançar a liberdade, a capacidade de terminar o que queremos e precisamos terminar sem alguém que fique nos motivando a fazer isto.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Tudo vem do Todo

"We all live under the same sky"
Travis


Ouvi dizer que Rousseau disse que o ser humano nasce bom mas a sociedade o corrompe, mais ou menos isso. Eu concordei com isso não sabia bem por quê; hoje continuo concordando e sei por que. Ouvi dizer também que o todo é diferente da soma das partes. Também concordo. No meu entender o todo é de uma espécie diferente da parte. Um mais um é igual a dois e dois é diferente de um. Um exemplo citado que ouvi fala da célula que é um ser diferente do conjunto de elementos que a compõe. Logo a sociedade é um ser diferente do indivíduo, possuindo uma vida própria e que possui características próprias. Este é a tese que justifica a criação da sociologia. Logo, existe algo na sociedade que só pode vir dela que influencia o individuo. Todo o individuo é bom por natureza (isto precisa ser provado mas, por enquanto, utilizo isso como verdadeiro por questão de princípios) mas o contato com outro individuo, a vida em sociedade, o corrompe. Creio que pelo motivo de que uma pessoa é sempre, ou um dia foi, bem intencionada, mas quando entra em contato com outra pessoa se depara com outra visão de mundo. Deste contato surge a diferença e o conflito entre visões de mundo; deste conflito, desta diferença surgem as imperfeições, a dúvida. A dúvida é a fonte de todo mal e surge da interação entre indivíduos e os corrompe. Na verdade é nossa reação a esta idéia exterior surgida da interação que são as atitudes não boas. Mas este conflito teria que se materializar de alguma forma e o indivíduo é o canal para isto; logo pensamos que o individuo é ruim mas é uma simples reação a algo fruto da interação; a interação, a sociedade, é a causa, a ação má do indivíduo é o efeito. Por que reagimos assim? Creio que por que nos vemos como indivíduos, o que é natural. Cabe a nós, a dita evolução que tanto prego, percebemos que, na verdade, tudo vem do todo. Quando aceitarmos que, enquanto indivíduos, somos submetidos ao todo e que este não é algo ruim, mesmo que diferente, se findará o que há de ruim em nós, vindo da sociedadse, e na própria sociedade.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Meta.

"How many roads must a man walk down
Before you call him a man?"
Bob Dylan

Uma hora eu chego.