domingo, 14 de janeiro de 2024

A Doutrina da Reminiscência em Platão

A doutrina da reminiscência é uma teoria filosófica desenvolvida por Platão no diálogo Fédon. De acordo com essa teoria, o conhecimento é inato e o processo de aprendizagem é, na verdade, um processo de reminiscência, ou seja, de lembrança de algo que já se conhecia.

Platão sustenta que a alma humana é imortal e que, antes de nascer, habitava um mundo perfeito e inteligível, o mundo das ideias. Nesse mundo, a alma tinha acesso a todo o conhecimento possível, ou seja, conhecia as ideias, que são as realidades últimas e eternas de todas as coisas.

Quando nascemos, a alma é presa ao corpo, que é imperfeito e sensível. O corpo obscurece a visão da alma, fazendo-a esquecer o conhecimento que possuía. No entanto, esse conhecimento ainda está latente na alma e pode ser despertado através do processo de aprendizagem.

O processo de aprendizagem, portanto, é um processo de purificação da alma, de remoção das impurezas do corpo que obscurecem a visão da alma. Esse processo é facilitado pela dialética, que é o método de investigação filosófica desenvolvido por Platão.

A doutrina da reminiscência tem implicações importantes para a educação. Se o conhecimento é inato, então a educação tem como objetivo despertar esse conhecimento, não ensiná-lo. O educador deve, portanto, ser um guia, um facilitador do processo de aprendizagem.

A doutrina da reminiscência também tem implicações para a ética. Se a alma é imortal, então a vida humana tem um significado maior do que apenas a satisfação dos desejos físicos. O objetivo da vida humana é alcançar a sabedoria, ou seja, conhecer as ideias e, assim, aproximar-se da perfeição.

A doutrina da reminiscência é uma teoria complexa e controversa. No entanto, ela é uma das mais importantes contribuições de Platão para a filosofia.

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