sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O Jogo

"Ah, e não se esqueça: não odeie o jogador, odeie o jogo"
Neil Strauss.

To no TCC. Meu projeto de continuar o post anterior terá que ser temporariamente suspenso. mesmo que eu tenha que escrever 200 palavras sobre aquilo, terei que fazer um tremendo esforço para organizar os dados. Mas, também é ruim deixar isso aqui parado. Postarei umas conclusões que to tirando ao ler o livro "O Jogo - a Bíblia da sedução". Mais que um manual para conseguir bocetas, é um verdadeiro tratado sobre a psicologia humana, principalmente a masculina. Recomendo seriamente. Talvez já tenha falado deste livro aqui, mas vá lá que seja.
Definitivamente, é a mulher quem faz o homem. A mulher, instintivamente sabe que certas vezes é preciso dissimular para poder manter o equilibrio, e elas buscam segurança no parceiro, alguém que, quando tudo estiver parecendo perdido, consiga dissimular que está tudo bem, por que, ao final das contas, tudo está sempre bem e acabará bem, pois as mulheres são seres de extrema fé. Acontece que o feitiço vira contra o feiticeiro. Os homens se tornam mestres da dissimulação e enganam as mulheres para ter sexo. Fingem, repito, FINGEM, serem seguros, quando na verdade são muito mais carentes e dependentes do que as mulheres. Mas, definitivamente, é preciso saber fingir que é seguro. Este é meu desafio.
Via de mão dupla. A melhor coisa do mundo é viver para outra pessoa, é servir. As mulheres também sabem isso desde cedo. Elas treinam os homens a se importar com outras coisas que não eles mesmos. Os homens, na sua busca por bucetas, adquirem intuição e, como sempre superam tudo que querem, podem até chegar a ganhar de qualquer mulher no quesito intuição. Tudo o que uma mulher quer é servir loucamente um homem que queira servi-las, pois a única habilidade a qual um homem jamais poderá superar uma mulher é a capacidade de servir. Obviamente, o homem vai para o espaço quando elas têm filhos. Esse é o drama masculino: o homem some para mulher depois que ela tem filho.
Outro treinamento que o homem recebe é se livrar das emoções. O homem tem que se despir de qualquer fraqueza emocional. Isto só é permitido às mulheres. O homem, para servi-las, deve não acreditar no amor, não se apegar ou acreditar que é amado. Sou muito bom no segundo quesito: ninguém me ama, ninguém me quer. Quando ao primeiro to quase lá, pra não dizer que já consegui. Mulheres, vocês não sabem o quanto isso é ruim. Mas elas têm um motivo: elas querem que aquele troglodita social se revele um bebê prematuro só pra elas, pra elas poderem dizer em secreto para suas amigas. Quão egoístas vocês são, meu Deus!
Deixo a ressalva que isto tudo é construído socialmente e estas interpretações se manifestam em cada pessoa de maneira diferente, se é que são validas.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

The Wall

"All in all it's just another brick in the wall."
Pink Floyd

Este é um projeto que queria executar, mas a preguiça não permitia: minha interpretação do The Wall. Pra mim, é a maior obra artística já feita na humanidade! (Lembrem-se: "exagerar é minha profissão." - Weber). Claro, umas escolha puramente pessoal. Identificação total. Postarei primeiramente o trecho mais importante da obra, quando a trama se fecha. Num segundo post farei meu comentário.

Faixa: "Stop!"

Pink (personagem principal do drama) :
-Stop!
I wanna go home
Take off this uniform
And leave the show.
But I'm waiting in this cell
Because I have to know.
Have I been guilty all this time?


Faixa: "The Trial"
*Promotor:
-Good morning, Worm your honor.
The crown will plainly show
The prisoner who now stands before you
Was caught red-handed showing feelings
Showing feelings of an almost human nature;
This will not do.

*Worm (O juiz):
-Call the schoolmaster!

*Professor:
-I always said he'd come to no good
In the end your honor.
If they'd let me have my way I could
Have flayed him into shape.
But my hands were tied,
The bleeding hearts and artists
Let him get away with murder.
Let me hammer him today?

Pink:
-
Crazy,
Toys in the attic I am crazy,
Truly gone fishing.
They must have taken my marbles away.

Coro:
-
Crazy, toys in the attic he is crazy.

Ex-Mulher:
-
You little shit you're in it now,
I hope they throw away the key.
You should have talked to me more often
Than you did, but no! You had to go
Your own way, have you broken any
Homes up lately?
Just five minutes, Worm your honor,
Him and Me, alone.

Mãe:
-
Baaaaaaaaaabe!
Come to mother baby, let me hold you
In my arms.
M'lud I never wanted him to
Get in any trouble.
Why'd he ever have to leave me?
Worm, your honor, let me take him home.

Pink:
-
Crazy,
Over the rainbow, I am crazy,
Bars in the window.
There must have been a door there in the wall
When I came in.

Coro:
-
Crazy, over the rainbow, he is crazy.

Worm (o juiz):
-
The evidence before the court is
Incontrivertable, there's no need for
The jury to retire.
In all my years of judging
I have never heard before
Of someone more deserving
Of the full penaltie of law.
The way you made them suffer,
Your exquisite wife and mother,
Fills me with the urge to defecate!

Platéia:
-
"Hey Judge! Shit on him!"

Worm (o juiz):
-
But, my friend, you have revealed your
Deepest fear,
I sentence you to be exposed before
Your peers.
Tear down the wall!



P.s: Hoje em dia, nos momentos raros em que penso em suicídio, é exatamente buscando o que o Pink queria: julgamento.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A questão da Verdade

"Vimos que o verdadeiro e o falso dependem de como se manifesta ou se torna patente o ser das coisas. Verdade ou falsidade só existem no âmbito da verdade em sentido amplo, entendida como alétheia, como desocobrimento, desvelamento ou patenteamento. E as coisas se manifestam de modo eminente no dizer, quando se diz o que são, quando se enuncia seu ser. Por isso Aristóteles diz que o lugar natural da verdade é o juízo. Quando digo A é B, enuncio necessariamente uma verdade ou uma falsidade, o que não ocorre em outros modos da linguagem, por exemplo num desejo ("tomara que chova") ou numa exclamação ("ai!"). O dizer enunciativo coloca as coisas na verdade. Mas é claro que essa possibilidade funda-se no caráter de verdade das próprias coisas, na possibilidade de seu patenteamento.
A verdade mostra o ser de uma coisa, a falsidade o suplanta por outro. No juízo verdadeiro, uno o que na verdade está unido, ou separo (em juízo negativo) o que está separado, ao passo que no juízo falso faço o contrário."
"O ceticismo nega que seja possível conhecer a verdade, o relativismo admite que tudo por ser verdade, mas que esta é relativa (...)."
Marías, Julian - História da Filosofia
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A busca pela verdade consiste na busca por um método de encontrar a verdade, distinguir o verdadeiro do falso dentro do ponto de vista adotado. 1 + 1 = 2. Isto é verdade dentro do conjunto dos números naturais, mas no conjunto dos números binários o resultado é 10. Essa busca fundou toda a filosofia e por conseguinte a ciência. É o motor da vida.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Uma meia-verdade

"Are you such a dreamer to put the world to rights? I'll stay home forever. Where two & two always makes up five".
Radiohead


"É hora de os escritores admitirem que nada neste mundo faz sentido. Só tolos e charlatães pensam que sabem e compreendem tudo. Quanto mais estúpidos são, mais amplos supõem ser seus horizontes. E se um artista decide declarar que não entende nada do que vê - isto por si só constitui uma considerável clareza na esfera do pensamento e um grande passo adiante".

Tchekhov - Citado por Francine Prose em Para ler como um escritor

Ela continua após a citação:

"Todo grande escritor é um mistério, ainda que apenas porque algum aspecto de seu talento permanece para sempre inefável, inexplicável e assombroso. A simples população da imaginação de Dickens, a arquitetura fantástica que Proust constrói a partir de momentos minuciosamente examinados. Perguntamos a nós mesmos: como pôde alguém fazer isso? E, é claro, diferentes qualidades da obra assombrarão diferentes pessoas. Para mim, o mistério de Tchekhov é antes de mais nada de conhecimento: como pode ele saber tanto? (nota do blogueiro: quem está escrevendo é uma mulher, não é por acaso sua atração pelo conhecimento) Ele sabe tudo que nos orgulhamos de ter aprendido, e muito mais. 'Festa do santo do dia', uma história sobre uma mulher grávida, é cheia de observações sobre a gravidez que eu pensava serem segredos que só gravidas conheciam.
(...)
Para mim, porém, o maior mistério é essa questão a que ele (Tchekhov) está sempre aludindo em suas cartas: a necessidade de escrever sem julgamento. Não dizer: 'Roubar cavalos é mal'. Não ser o juiz dos próprios personagens e de suas conversas, mas sim o observador imparcial. Certamente Tchekhov não vive sem julgamento. Não sei se alguém o faz, ou se isso é sequer possível, exceto para psicóticos e monges zen que se exercitaram para suspender toda reflexão, seja moral ou de outros tipos. Minha impressão é que viver sem julgamento é uma má idéia (nota - desta vez machista- do blogueiro: não esqueçam: é uma mulher!). E, mais uma vez, nada disso é exigido do escritor. Balzac julgava todas as pessoas e achava que quase todas deixavam a desejar; a mesquinhez delas e a ferocidade de seu ultraje é parte da grandeza de sua obra. Mas Tchekhov acreditava - e punha essa idéia em prática mais do que qualquer escritor em que eu possa pensar - que julgamento e preconceito são imcompatíveis com certo tipo de arte literária. É por isso que , por razões que ainda não posso realmente explicar, sua obra me reanimava de maneiras que a de Balzac simplesmente não conseguia".

Francine Prose - Para ler como escritor (grifos do blogueiro)

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"(...) julgamento e preconceito são incompatíveis com certo tipo de arte literária". Acredito que julgamento e preconceito são incompatíveis com qualquer tentativa de viver bem. Hoje, já não me fecho tanto, procurando evitar contato com os outros para não cair neste erro. Estou encarando a vida "e me assustei: não sou perfeito", mas não desisto da busca pelo sentido, e tento me policiar quanto ao julgamento e preconceito. Óbvio: sou cristão, ou, ao menos, procuro ser. É interassante como a autora afirma "Não sei se alguém o faz, ou se isso é sequer possível, exceto para psicóticos e monges zen (...)". Se a pessoa quiser ser um santo é vista como doida ou deve ir para um mosteiro. Bem, tomo antipsicóticos; alguns me acusam de charlatão (exagêro); já quis ser monge zen... Que bom! To no caminho.

P. S.: Não que eu queira ser um santo; é mais uma questão de dever; mas ainda estou bem distante de encarar o que tenho que fazer e não quero fazer. Um cristão realmente consequente não louva Cristo: quer ser como ele é.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A busca

"I wish I was special"
Radiohead

Penso eu que todo ser humano tem, no fundo de si, uma vontade esmagadora de comunicar ao universo: ESTOU VIVO!!! Toda vaidade, luta pelo poder, fama, realização, seja lá o que for, no fundo é um desejo de se sentir vivo. Mais que isso, comunicar ao universo que se está vivo. Isto tem outro nome: vida eterna. Talvez, quando consigamos comunicar ao universo que estamos vivos seja o dia em que ganhamos a vida eterna. Acontece que o universo é mais do que podemos ver. Limitar-se a comunicar sua existência apenas aos seres terrenos não é nem metade do caminho. Quando percebemos a tarefa enorme que é comunicar a tudo que existe que existimos, vem, imediatamente a pergunta: "ser ou não ser? eis a questão".

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Epitáfio

Quando eu morrer, quero esta estrofe como epitáfio:

Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar

Emoções - O Rei

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Isto é se-rís-si-mo.

"Amar a Deus sobre todas as coisas". Deus é o Amor. "Amar o Amor sobre todas as coisas". Esta é a salvação.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dostô

Para Lóri,

"Não consegui chegar a nada, nem mesmo torna-me mau: nem mau, nem bom, nem canalha, nem honrado, nem herói, nem inseto. Agora, vou vivendo os meus dias em meu canto, serrazinando a mim próprio com o consolo raivoso - que para nada serve - de que um homem inteligente não pode mesmo, a sério, tornar-se algo, e de que somente os imbecis o conseguem."

Fiódor Dostoiévski
Memórias do subsolo

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Santidade: fazer tudo de bom, conquistar todas as vitórias possíveis e impossíveis e continuar pensando como dito acima. Devemos saber que somos Deus sem, jamais, se sentir Deus. Isso é meio triste. Perdemos o direito de se exaltar, coisa que parece ser tão boa. É como um anjo que olha o amor dos homens e se sente tentado a experimentar, mas no momento mesmo em que fizer isso, perde sua perfeição. Saber que é sem se sentir que é (ser ao invés de ter) é viver num eterno estado de contemplação, e não é muito diferente de ser uma pessoa comum, às vezes triste, às vezes alegre, às vezes confiante, outras vezes inseguro. Mas sempre sabendo que o infinito das possibilidas se encontra em seu ínfimo ser. Podemos ser o eterndo Devir, o eterno vir-a-ser. Ser o próprio Ser implica em poder ser qualquer coisa, de bom ou ruim, conforme o outro diz que somos. Embora estejamos firmes na contemplação de nós mesmos, no amor pelo que somos. Narcisismo, outra vez. Repetindo: sem sentir que é. Olhar a imagem no espelho sabendo que nunca poderemos tocá-la. É a eterna busca por si mesmo.


quarta-feira, 26 de maio de 2010

MACAPÁ

WHERE THE STREETS HAVE NO NAME
U2

I wanna run
I want to hide
I wanna tear down the walls
That hold me inside
I wanna reach out
And touch the flame
Where the streets have no name

I want to feel
Sunlight on my face
I see the dust cloud disappear
Without a trace
I want to take shelter from the poison rain
Where the streets have no name

Where the streets have no name
Where the streets have no name
We're still building
Then burning down love
Burning down love
And when I go there
I go there with you
It's all I can do

The city's aflood
And our love turns to rust
We're beaten and blown by the wind
Trampled in dust
I'll show you a place
High on a desert plain
Where the streets have no name

Where the streets have no name
Where the streets have no name
We're still building
Then burning down love
Burning down love
And when I go there
I go there with you
It's all I can do

Our love turns to rust
We're beaten and blown by the wind
Blown by the wind
Oh, and I see our love
See our love turn to rust
Oh, we're beaten and blown by the wind
Blown by the wind
Oh, when I go there
I go there with you
It's all I can do

sábado, 22 de maio de 2010

Cabôcos, causos e presepadas

"O Norte é o Oriente. O Oriente é o Norte"
Algum compositor o qual não lembro o nome

"O cabôco tava sentado num banquinho de madeira rente u chão. Tava procurando o quê fazê quando olhô prum açaizeiro e viu uns papagaio incima dele. Elheolhô e contô 12 papagaios. Pegô a cartucheira. Colocô um cartucho cum 13 chumbinhos. Pá! Deu um tiro. Os papagaio caiu e ele foi contar. 1, 2, 3... 12 papagaios. Ficô admirado da largura que ele deu e voltô pru banquinho. Passado um tempo, ele escutô um zunido. Zim! Zim! Quando ele viu, era o último chumbinho que tava percurando mais um papagaio."

Este "causo" assim contado pode nem ter tanta graça, mas na voz de um cabôco do interior pode derrubar o cara de tanto rir. Ao menos foi assim comigo.

Era dia das Mães. Família reunida. Estava ao lado de um tio meu, que veio especificamente para a festa, mais meu pai, minha mãe, irmãs e madrinha reunidos à parte. Perguntei pro meu tio qual era a caça mais difícil de pegar. O irmão do meu pai respondeu que era o viado, enquanto meu pai falou que era a cutia. Foi quando então o visitante começou a falar do tempo em que as pessoas se reuniam para contar causos, presepadas, histórias inventadas com o único fim de intreter e fazer rir. Havia disputas para ver quem contava os melhores causos. Mas não eram contadas somente mentiras, casos da vida real também.

Parecia ser uma época tão boa. Nos breves instantes que meu tio e minha madrinha contaram as histórias, eu ri como há muito tempo não ria. O povo do interior tem uma criatividade simples, mas ao mesmo tempo involvente. Se divertiam com muito pouco. Como diria a Lóri, é mais ou menos assim: "Norte. Lugar onde não há muito o que fazer, o que leva as pessoas a construirem laços entre si". É exatamente isso, algo do tipo "o amor está no norte", o que escutei do Ryzzan.

Sem teorias, sem técnicas, sem preocupação com isso ou aquilo. Simplicidade perdida. O norte ainda é a "terra do nunca", mas até quando, eu não sei.

To pensando em passar em um concurso para antropólogo que tá tendo por aqui e larga de mão qualquer busca por evolução. No máximo aprender um instrumento.

É isso.

sábado, 1 de maio de 2010

A Busca

"Não existe lado escuro da lua. Na verdade, ela é toda feita de luz"

O SER ESTÁ NO OCULTO

No lado escuro da lua
Esconde-se o sentido de tudo
O fim de toda a procura
A própria origem do mundo

Olho a lua cheia
Queria ser lua cheia
Como se só existisse lua cheia

Mas no lado escuro da lua
Está a coroa do universo
O fim de toda procura
Onde o Uno se faz Verso

O quê quero dizer? O Quê?

Que o lado escuro da lua
E a própria lua cheia
É uma e mesma figura
O ser que tudo permeia

Contemplo o oculto
A pedra como vulto
O pensamento como pedra

O escuro nunca foi tão claro