sábado, 16 de janeiro de 2010

Ciências Sociais

"Nós somos o sistema"
Eliane Superti

Esta frase ai em cima é de uma professora minha de Ciência Política. Quando se estuda as Ciências Sociais percebemos o quanto nosso comportamento é modelado pelo meio em que vivemos. A realidade é construida socialmente. Levando ao extremo - como gosto de fazer - chego mesmo a pensar que o indíviduo é uma ilusão. O indivíduo é A Ilusão - o próprio diabo. A antropologia moderna derrubou algumas teses psicanalíticas. Ao analisar o comportamente de sociedades "primitivas" - termo ultrapassado, mas não consigo encontrar outro melhor para o propósito deste post - os transtornos identificados por Freud não foram encontrados. Claro, isso não derrubou a tese de que o inconsciente existe, mas os estudos mostraram que o comportamento psíquico é bem mais influenciado pela estrutura social do que poderíamos imaginar. Na maioria destas sociedades, onde a feitiçaria é algo comum, se um nativo for alvo de um feitiço que tenha por fim causar sua morte, ele acredita tanto nisso que chega a morrer. O meio social é capaz de provocar reações fisiológicas no indivíduo. A própria estrutura do nosso cérebro evoluiu ao longo do tempo conforme cresceram as atividades sociais do homem. A relação entre o ser individual e o ser social, que existe em cada ser humano, define quem somos.
Mas o pecado das Ciências Sociais, devido sua alta subjetividade, está na incapacidade de encontrar uma teoria final, um teorema. Seu estatus de ciência positiva está longe de ser alcançado, apesar de ter sido esta a intenção de seus fundadores. Baseada numa lógica própria, que ainda estou longe de compreender, as Ciências Sociais vivem em uma eterna "crise de paradigmas", sempre se renovando.
Enfim, este é o caminho que resolvi trilhar; muito mais por não desperdiçar o tempo que já empreendi. Estou contente e com perspectivas. Resta a questão de se esforçar. Ao final das contas, esta é sempre a grande questão.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O que Sou

"Eu Sou o medo do fraco"
Raul Seixas e Paulo Coelho

Uma única vez me senti grande, potente; foi quando perdi a cabeça. Hoje estou com ela no lugar, mas a sombra daquele momento infernal ainda ronda meu cotidiano.
Sempre tive a auto-estima baixa, apesar dos elogios que recebo desde que me entendo por gente. Ultimamente venho procurando fazer um exercício quando me pego diminuindo a mim mesmo. Penso que a única coisa que posso afirmar de mim é que "sou o que sou". Nada mais, nada menos. Os outros sabem mais deste aquariano típico do que eu poderia saber.

INTERLÚDIO

-Espelho, espelho meu: Existe alguém mais bela do que eu?
-Não, senhora.

Queria ser este espelho para todas as pessoas!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mais uma vez Vitor Hugo

Este autor resumiu em uma frase toda a discussão entre racionalismo e empirismo da então modernidade. Ele fez isto ao expor a escolha de um marinheiro em usar um barco à vapor, uma audaciosa decisão para época (séc. XVIII ou XIX, não tenho certeza). Eis a frase:

"Seu Eu francês concebeu a idéia; Seu Eu inglês executou-a."

Genial.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Leitura da Vez

"Quem pensa manda. Quem sonha obedece".
Vitor Hugo - Os Trabalhadores do Mar

Por este ponto de vista pode ser explicado muito de minha subserviência.

Não sei se é viagem minha, mas parece que estou tendo uma nova relação com a literatura. Em determinados momentos parece que o texto se torna tão intenso que quase vira uma música linda. Já tinha acontecido isto antes. Paulo Coelho descreveu uma cena de assassinato em "O vencedor está só" tão sensitiva que quando o assassino enfiou a faca na vítima eu senti a faca entrando em mim. Pergunto-me se o autor tem o domínio desta função, se ele determina este jogo de emoções no leitor, esta capacidade que os textos têm mostrado de poderem se tornar uma montanha-russa de emoções sob o controle do escritor.

domingo, 29 de novembro de 2009

Pais e filhos

Para mim o ser humano perfeito teria a nobreza de coração do meu pai e o simancol da minha mãe. Meu pai tem um coração de Leão... e o comportamento também. Parece um troglodita. Minha mãe é um anjo. Me deixa plenamente à vontade. Inclusive para quebrar a cara. Mas eu prefiro isso do que alguém no meu pé (caso do meu pai). Só que a minha mãe é mulher, logo, desconfio da intencionalidade de todos os seus atos. Já disse à minha mãe: "confio mais no papai do que na senhora". Não importa o que eu fizer, minha mãe sempre estará do meu lado. Um pai... bem, um pai que passa a mão na cabeça do seu filho não é digno deste título. Eu estudava em colégio particular e meu pai, com completa condição de pagar uma escola particular, me pôs em uma escola pública porque "filho dele não estudaria em colégio particular". Foram precisos dois anos chegando mais cedo em casa porque não tinha aula mais a intervenção da minha mãe para que ele me colocasse novamente em colégio particular. As mulheres reclamam da relação mãe-filha. Não imaginam a tensão que é pai-filho. A síndrome de galo do galinheiro existe. Para um homem formado ter que receber ordens de outro homem dentro de sua casa só sendo de seu pai. E olhe lá! Só que os homens se contém mais do que as mulheres, segundo me disseram ou eu li. Enfim, tem muito mais coisas, mas o post já tá grande demais.

sábado, 14 de novembro de 2009

Blues

Que o Pink Floyd é minha banda preferida isto não é novidade. Que David Guilmour é o artista que mais me toca, talvez nem todos o saibam. A ligação entre blues e Pink Floyd eu já conhecia. Syd Barret uniu os nomes de dois blues man, Pink e Floyd, para dar nome à banda. Só que eu ainda não havia "sentido" esta ligação.
Um amigo meu, um cara que morava em uma praça em Belém, passou um tempo no apartamento comigo, em 2004, na dita cidade. Quando ele foi embora, esqueceu um CD coletânia do BB King. Uns dias atrás eu peguei para escutar. Foi mágico. Pude perceber toda a influência do blues no som do Pink Floyd.
Só que esta banda deu uma cara nova ao blues. O Pink conseguiu deixar o blues ainda mais blues, mais melancólico ou, "progressivo". Sem falar que é o som de uma BANDA, não de um blues man sozinho. Além do que Guilmour não procura imitar o vocal de um negro, como fez sem sucesso Eric Clapton. Só lembro de uma música, "Dogs of War", a qual Guilmour procura imitar a voz de um negro, o poder da voz de um negro. Somente um artista branco, na minha opnião, o conseguiu: Janis Joplin. Faço uma ressalva quanto ao Rolling Stones, que não conheço bem.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Dois Guias

Tenho dois guias. Um, bom, me diz o que fazer não me dizendo o que devo fazer. O outro, mal, me diz o que não devo fazer dizendo o que devo que fazer.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Niilismo

"What exactly is a dream and what exactly is a joke?"
Syd Barret

"Uma das piores consequências de se levar a sério o niilismo epistemológico é que isso tem levado alguns a questionar a própria facticidade do universo. Para alguns, nada é real, nem eles mesmos. As pessoas que chegam nesse estado estão em grandes apuros, pois elas não podem mais funcionar como seres humanos. Ou, como dizemos com frequência, elas surtam."

Sire W., James. O universo ao lado.

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Não, não sou niilista; sou cristão. Mas sou um surtado. Seria melhor até se eu o fora, ao menos não estaria em contradição. Teria "um motivo". Mas, ora, o niilismo é pura contradição. Sim! Sou niilista! Ou não... Baaaaaa!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Leitura da vez

"- O dom de aprender com facilidade, memória, agudeza e prontidão de espírito e outros que os acompanham, bem sabes que não se combinam naturalmente com a energia e grandeza de alma capazes de fazerem levar uma vida sóbria, com tranquilidade e segurança. Pelo contrário, as pessoas com tais predicados deixam-se levar para onde coincidir , pela sua vivacidade, e toda a sua estabilidade desaparece."

Platão, A República.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Os que me agradam

Os que me agradam são aqueles
Que querem tudo tal quem quer nada
Fazem da vitória, deveres
Sabem que não existe chegada

Caminham pela longa estrada
Discretos como pedra que passa
Já que cabem todos na jornada
No outro não vê a ameaça

Evitam barulho ou fumaça
Ante o esperado desafio
Entre ganhar e perder a graça
Está em ver a si mesmo por um fio

E saber até onde vai seu brio
Quão grande é sua capacidade
E nestes faz parte de seu feitio
Ser maior do que julga sua verdade