quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Ciclo

Do resto se fez vivo
Do vivo se fez obra
A obra se fez eterna
O eterno se fez invisível
E sobrou a sua sombra
Sua lembrança
Sua lembrança o tornou duvidoso
E o resto continua aqui
E a lembrança o torna resto
E o resto insisti em ser resto
Por medo de se tornar duvidoso
Até que o eterno retorne
Se faça resto e leva consigo um pedaço
Deixando o resto menos resto
Até sumir e ser todo eterno

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Arte X Ciência

"Acima da razão a rima e acima da rima a nota da canção"
Caetano Veloso

Pra mim que quero ser cientista isto é tão difícil de engolir.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Vida e Violão

Trato a vida como trato o violão. Há seis anos não saio das notas básicas. Sei uma ou duas músicas. Faço uns sonzinhos, acho bonitinho e não saio do "inho". Preguiça.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Mais um Fato

"Everyday I wake up alone because I'm not like all the other boys"
Travis

Não sei fingir, jogar, mostrar ser algo que não sou. Por questão de sobrevivência neste mundo-palco, vou ter que dar meu jeito de aprender.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Seleção Brasileira (Para descontrair)

"Futebol, mulher e rock'n'roll, meu Deus como isso é bom!"
Dr. Sin

O problema da Seleção Brasileira de Futebol é que ela não sabe jogar contra time que não sabe jogar. Quando pega uma seleção ruim, ela é uma lástima. Quando joga com um adversário bom, ela é uma coisa linda de se ver. Vide o 6X2 contra Portugal.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sol e Lua

"Me disseram que você estava chorando. E foi então que eu percebi como te quero tanto"
Legião Urbana

Talvez Nietzsche esteja certo. Conhecer a si mesmo seja impossível. Olhar para si mesmo é como olhar para o Sol, não dá pra ver. Talvez por isso precisamos do outro para se ver assim como precisamos da Lua para ver a luz do Sol. Eu, de mim, sei nada. Tudo que sei de mim é o que escuto do outro, da Lua.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fato

Desde que me apaixonei o meu Eu sumiu. Minha vida toda virou "o que o outro está pensando de mim?". Minha própria existência se materializa no pensamento do outro. Sou um reflexo do outro. O outro pensa em mim, logo existo. Como não dá para saber o que o outro tá pensando, entro em parafaso. Me procuro no outro, não me acho - nem poderia achar - e me perco. As possibilidades me matam, a dúvida me mata. Sofro de uma terrível ausência de mim. Bem, hoje em dia estou procurando me centrar em mim, no meu Eu. Tolir qualquer ânsia de querer procurar a verdade fora de mim. A única verdade que posso ter acesso é a minha verdade. E cada um tem a sua. Achar a verdade é ser verdadeiro consigo e com o outro.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ação

A ação é uma resposta a tudo que nossos sentidos captaram consciente ou incoscientemente. Contém em si uma síntese destes estímulos externos - bem como os internos - mas a reação do Eu a estes estímulos. A ação se torna um novo estímulo que estará contido na próxima ação. E assim vai.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Deus, Eu e a Música

Um certo dia decidi enfrentar, mentalmente, a Deus. "Vamos ver quem é maior". Sim, pois cheguei a conclusão que aceitar a Deus é aceitar que existe um ser superior a mim a qual tenho que obedecer. "Não vou obedecer a algo que não seja a mim mesmo". Era o que eu pensava. Pois bem, não sei quem desafiou a quem, quem aceitou, só sei que quando a peleja começou no mesmo instante me vi qual mulher que sofre uma investida violenta de um homem para possuí-la. Desde o momento em que mentalmente me vi lutando contra Deus, minha única reação era dizer "não! não". Forte, ele é muito forte. Rendi-me, me entreguei. Não levantei um ai. Admiti: sou inferior.

Desde então, tudo ao meu redor virou música. Já não escuto tanto música. Ela está dentro de mim e nos movimentos externos a mim. A vida toda é uma grande ópera. Quando estou sintonizado, percebo a sincronia dos fatos exteriores a mim como notas de música tocando. Quando estou em desarmonia, parece que estou ouvindo Sonic Youth. As vezes estou triste, mas não desesperado, é quando tudo ao meu redor parece uma música do Radiohead. Eu mesmo passei a me ver como um instrumento. Em certos momentos percebo claramente que estou sendo usado, atuando na ópera, ora como personagem principal, em outro momento, na base, ou ainda, calado, nos bastidores, esperando minha ora de entrar. Já não me assusto quando eu penso em algo e outra pessoa fala. "Estamos em sintonia". Já não me alegro quando alguém diz: "parace que tu adivinhas". É tudo música. Com o tempo, como quando já conhecemos a música, podemos até prever certos acordes. Já experimentei até criar. Sintonia, é tudo questão de sintonia e de se admitir que é inferior.